sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Um Giotto encontrado debaixo do pó em Assis

 
Na Capela de São Nicolau da Basílica de S. Francisco
Um Giotto, desta vez: segundo os restauradoreque trabalham desde 2010 na Capela de São Nicolau, na Basílica de São Francisco de Assis, na Úmbria, no centro de Itália, é Giotto di Bondone que se identificam as iniciais GB agora encontradas sob várias camadas de tintas num conjunto de 300 m2 de frescos da igreja-mãe da ordem franciscana e Património da Humanidade há 12 anos.

O tesouro "abandonado”, disse à agência ANSA o restaurador principal Sergio Fusetti, será “um dos primeiros trabalhos” do mestre da pintura medieval italiana: "É um dos primeiros trabalhos da sua vida artística e é de grande importância para reconstruir a cronologia das suas actividades e do seu estúdio."

Fusetti, líder do projecto de restauro na capela que esteve, desde a sua criação e até hoje, quase sempre fechada e que sofreu danos durante o terramoto de 1997, disse ainda à ANSA que os frescos foram encontrados “em mau estado”, mas que o trabalho da sua equipa deverá “permitir voltar a apreciar a beleza e a riqueza” original da decoração com ouro da capela funerária de Gian Gaetano Orsini, um diácono que morreu jovem e que foi assim homenageado pelo seu irmão, o cardeal Napoleone Orsini Frangipani.

São afirmações que chocam com as teses até agora vigentes e segundo as quais estes frescos, retratando santos, apóstolos, a história de São Nicolau, de São Francisco, São João Baptista e de Santa Maria Madalena, resultariam, na melhor das hipóteses, do trabalho de seguidores de Giotto no século XIV. Tom Kington, correspondente do The Guardian em Roma, recorda, porém, no jornal britânico que já no ano passado trabalhos de restauro noutra parte da basílica, num fresco de Giotto retratando a morte de São Francisco, revelaram tesouros até então desconhecidos – nesse caso, o rosto de um demónio a espreitar lubricamente de uma nuvem.

Financiados com 360 mil euros pela Fundação Cassa di Risparmio de Perugia, os trabalhos de recuperação agora em curso antecedem a reabertura da capela, marcada para 6 de Dezembro com a presença do ministro dos bens culturais italiano, Lorenzo Ornaghi.

Ainda à ANSA, o padre Giuseppe Piemontese, do Convento Sagrado de Assis, explicou que os frescos da Basílica de São Francisco são “a bíblia dos pobres, que permitiu e permite a muitas pessoas ler a vida de Francisco”. Assim, a reabertura da capela ao culto é vista como “auspiciosa”.

Fonte: Público

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