terça-feira, 19 de julho de 2016

Interdição da Capela em Mogi das Cruzes

Obra de reparo encobre arte sacra em igreja de Mogi das Cruzes
Capela de São Sebastião, no distrito de Taiaçupeba, está interditada.
Igreja terá que contratar um especialista em restauração.

Veja mais aqui

Fonte: G1 de Mogi das Cruzes com informações da TV Diário (clique no link para ver o vídeo)


Uma simples reforma terminou na interdição da Capela de São Sebastião, no distrito de Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes. Por conta própria, a igreja passou um reboco na parede. Parecia uma medida de rotina, mas o prédio faz parte do patrimônio histórico da cidade.

Para piorar, no local da reforma tinha uma pintura feita há quase 100 anos por um conhecido artista sacro da região e muita gente achou que a obra de arte tinha sido destruída. Na verdade, antes da reforma, a figura foi retirada intacta, mas agora o Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico (Comphap) de Mogi das Cruzes só vai permitir que a igreja retome as obras depois de contratar um especialista em restauração.

A capela está interditada e a presidente do conselho, Ana Maria Sandim, conta que quando viu fotos achou que a obra do artista sacro José Benedito da Cruz, o JBC, tinha sido totalmente comprometida, mas o que não aconteceu. “No livro que temos como referência da capela aparecem três imagens, no centro um Cristo. Quando foram fazer o reparo no dano que houve de uma rachadura no arco cruzeiro descobriram que isso era uma tela. Quando removeram perceberam que está protegida. Está guardada para depois retornar ao local”, conta.

Ela conta ainda que por trás dessa tela, na parede, estavam pintadas os dizeres “Vila SS 1909” e que essa escrita também foi preservada. Agora, para que a reforma possa continuar o Comphap exige a contratação de um especialista em restauração. “Para poder dar prosseguimento a isso será preciso um especialista. Aí serão apresentados os prazos em cada época que vai ser feito. Enquanto isso, a igreja vai ficar interditada”.

A família do arquiteto Marcelo Henrique Goveia mora no bairro São Sebastião, em Taiaçupeba. Ele conta que cresceu e viveu no bairro por muitos anos e que junto com os pais frequentou a igreja. Por isso, quando ficou sabendo que as imagens teriam sido cobertas com cimento, ficou revoltado. Além de conhecer a Igreja, ele também é arquiteto. “A gente fica um pouco angustiado, fica querendo saber mais notícias, quer mais informações sobre tudo que está acontecendo”, diz.

O arquiteto ficou tão preocupado que decidiu pesquisar mais sobre a vida e a obra do artista sacro JBC. Descobriu um livro em uma biblioteca da capital escrito por Eduardo Etzel. No livro, o autor registrou toda a pintura da capela São Sebastião. Uma obra histórica que quando o arquiteto soube que foi preservada, ficou mais tranquilo. “Nem por isso, a gente deixou de acompanhar. Ficamos ansiosos para saber se a obra foi recuperada para podermos vê-la novamente. Meus pais, avós e bisavós que sempre frequentaram a igreja sempre viram a imagem lá. Então, gostaria que ela permanecesse por um bom tempo ainda”.

Em nota, a Diocese de Mogi das Cruzes disse que as missas e outras atividades serão realizadas no salão da capela e que depois da entrega do laudo pedido pelo Comphap serão realizadas as demandas necessárias de restauração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...