quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Coral da Arquidiocese de Campinas é escolhido para cantar para Francisco

Músicos vão participar de uma celebração de canonização no domingo (16).
Convite partiu de regente do Coro Capela Sistina, o oficial dos papas.

por Luciano Calafiori 
retirado Do G1 Campinas e Região

O coral da Arquidiocese de Campinas foi escolhido para cantar ao lado do coro oficial dos papas em uma missa de canonização na Praça São Pedro, no Vaticano. A celebração será com o papa Francisco no dia 16.

No próximo domingo, o chefe da Igreja Católica vai transformar em santos um bispo, uma irmã carmelita, dois sacerdotes e um mártir. São eles: Guglielmo Nícola Ludovico; Ludovico Pavoni; Elisabetta Catez; Alfonso Maria Fusco e Manuel González García.

“Vamos cantar nesta missa de canonização juntamente com o coro oficial do papa [Capela Sistina, coro que só canta em cerimônias oficiais do papa]. Vamos cantar junto com este coro, alternando as partes da missa”, explica o regente do coro de Campinas, Clayton Dias.

Na programação, os coralistas brasileiros vão apresentar cantos gregorianos, o Hino do Ano da Misericórdia, e peças polifônicas, que são peças a quatro vozes.

Antes de a missa começar, o coral de Campinas vai cantar uma música do Padre José Maurício Nunes Garcia. O religioso foi o mestre de capela de Dom João VI e autor de várias peças da corte do rei de Portugal e Brasil.

“É, na verdade, o maior compositor sacro brasileiro. Essa peça se chama Domine Jesu“, explica o regente do coral.
Papa Francisco fala sobre a crise política do Brasil em audiência pública (Foto: Reprodução/TV Globo)

Convite
O coral do papa tem dois padres responsáveis pela direção, sendo que um deles, Marcos Pavan, é brasileiro e foi cantor de ópera do Theatro Municipal de São Paulo. Hoje, ele é responsável pelos jovens cantores.

E partiu dele o convite para o coral do interior paulista cantar para Francisco. Trinta e cinco dos 45 integrantes do grupo vão para Roma se apresentar ao papa.

“Quando soube que o coro dirigido pelo maestro Clayton estaria fazendo uma turnê pela Europa, convidei-os a participar de uma celebração no Vaticano porque sei que eles fazem um ótimo trabalho no âmbito da música sacra. Já houve muitos corais brasileiros que cantaram em missas na Basílica de São Pedro, mas nenhum, que eu me lembre, numa celebrada pelo papa”, ressalta o padre Marcos Pavan.

“Isso vai ser marcante na vida dos coralistas, uma oportunidade única. Eu já tive oportunidade de cantar para o papa. Sei que quando o papa entra, a gente vê aquela figura de branco e não tem como não mexer com a gente”, confessa Dias.

O músico lembra ainda que cantar em uma cerimônia tão importante serve para resgatar a tradição da música sacra, que ficou em segundo plano após o Concílio Vaticano II (25/12/1961).


O regente dos cantores jovens do Papa Francisco explicou a importância da música religiosa nas missas. “A função da música, numa celebração litúrgica, é muito importante, pois não se trata de fazer um ‘fundo musical’ mas de proclamar, com o canto, a palavra de Deus e servir como expressão privilegiada da oração dos fiéis que respondem com o próprio louvor à palavra escutada e celebrada”, disse Pavan.
O regente Clayton Dias durante ensaio do Coral da
Arquidiocese Foto: Luciano Calafiori/G1)

Primeira viagem
Para a maioria dos integrantes do coral de Campinas será a primeira viagem internacional e estreia com o papa Francisco.

Maria Elisabete do Rosário e servidora pública estadual e integrante do coral de Campinas. Ela conta os dias para cantar para o pontífice argentino.

“ Estou em uma ansiedade só. O acontecimento em si é muito grande”, afirma a coralista, há oito anos no grupo da Arquidiocese de Campinas.“Vai ser uma experiência indescritível. Vai ficar na história”, finaliza a servidora estadual.


O analista de sistemas Carlos José Crispim também é “marinheiro de primeira viagem” com o papa.“A nossa expectativa é que dê tudo certo e vá tudo bem. Que a gente consiga cantar as músicas como o regente, o Clayton, está nos preparando. Foi uma benção que foi dada para nós”, explica o coralista, há cinco anos no grupo de Campinas.

Há oito anos no coral, a pedagoga Jaqueline Carvalho comenta o prazer de ir para a Europa pela primeira vez e se apresentar para Francisco.

“É um prazer muito grande como cristã, campineira, enquanto pessoa e coralista, porque estamos indo representar a Arquidiocese”, finaliza.

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